Luiz Domingos de Luna
Livro digital - Google
Entre galáxias quentes
Quasares gigantes
Tudo tão distante
É tão diferente
Não tem gravidade
É uma queda de gênio
Não tem oxigênio
Estranha suavidade
O terror da matéria
Viva atrevida
Não tem vida
Do humano a miséria
Não tem cultura
Luz escuridão
Alma em aflição
É somente tortura
O medo grita
O silêncio calado
No mundo gelado
Sem terra e guarita
Há anos, ativo.
Vejo um ponto
Pare uma foto.
E ali que vivo
Um traço obscuro
Não parece uma bola
A câmera giratória
A terra procuro
Perdido no infinito
Leva-me de volta
De tanta viravolta
Sinto-me perdido
Que tal existência
Aonde vai me levar
Onde queres chegar
Só vejo a ausência
Nos confins um grito
Não sei decifrar
Mas vou escutar
E assim repito
Um barulho estranho
Parece um cano
A água derramar
Cadê gravidade
A tua humanidade
Para poder parar
Vejo-me girando
Eu mesmo falando
Onde vamos chegar
Tudo é mistério
Grande interrogação
È poder da matéria
Ou da criação?